Desta vez não vou escrever sobre as novas contratações do clube, sobre as expectativas, nada disso. Utilizarei o espaço para um relato pessoal, o que me fez a torcedora que sou hoje.
Ontem eu estava organizando minhas roupas e encontrei guardada no fundo do roupeiro, quase esquecida pelo tempo, minha primeira camiseta colorada, aplub ainda. Quando a peguei, muitas lembranças voltaram, menos a do momento que a ganhei. Realmente não lembro quando isso aconteceu, era muito pequena, lembro apenas dos momentos que vive vestindo-a ao lado do meu pai. Foi presente dele, a única que ele pode me dar.
Com certeza a lembrança mais emocionante que tenho é a do Campeonato Gaúcho de 1997 em que o Inter foi campeão. Lembro como se fosse hoje a festa que fizemos, eu e ele. Saímos pela casa catando tudo que era vermelho, da roupa de cama ao ketchup da geladeira, tudo, absolutamente tudo que era vermelho além das camisetas que vestíamos. Eu vestia, toda orgulhosa, minha aplub com gola branca e ele a da Super F.I.C.O. que posteriormente herdei. Foi o último título que meu pai viu o Colorado conquistar, meses depois ele veio a falecer.
Essa história toda pode parecer um pouco sem noção, mas a emoção do momento não tem como descrever. Foi um momento de cumplicidade, uma troca entre pai e filha, algo impossível mesmo de tentar transformar em palavras. Depois que ele se foi passei um longo tempo afastada daquilo que antes adorava fazer, afinal eu não tinha mais a companhia dele, não achava justo seguir sozinha numa coisa que era nossa. Porém um dia revirando coisas antigas, encontrei já esquecida a camiseta que ele vestia. Foi como se eu tivesse reencontrado-o, o senti tão próximo e pude ver que o que eu estava evitando era o que me mantia perto dele.
Resolvi recomeçar, aos poucos fui retomando a vida de torcedora colorada com a memória dele sempre presente. O que o Sport Club Internacional representa hoje pra mim, é muito mais do que um passatempo, uma distração, é um amor sem limites que cultivo duplamente.
Muitas camisetas vieram e virão mas a primeira nunca esquecerei.
Agradeço ao meu pai por eu ser colorada.
5 comentários:
Infelizmente a minha primeira camisa não existe mais. Era uma pirata, de algodão e com o símbolo estilo 1960 (letras finas e pontiagudas formando o SCI).
Minha segunda está bem guardada, é uma de goleiro, do Taffrell, preta e com vermelho nos ombros, também da Aplub. COm ela fiz escolinha de futebol do Inter, lá em Sta Rosa, coisa que jamais esquecerei.
Agradeço ao meu avô e meu padrinho por ser colorado, já que meu pai é gremista, e entendo e compartilho a tua emoção.
Por incrível que pareça, ontem ( 27/06)eu tbm peguei no roupeiro a minha APLUB, porém a camisa 2, branca.
É muito bom a gente relembrar aqueles anos.
Isso me fez refletir sobre a importância de respeitar as coisas dos outros e tomar muito cuidado, pois o que para mim é simples, pode ser o tesouro mais precioso de outra pessoa...
A minha está lá em casa, comprei recentemente, é pirata, mas tenham certeza de quanto for possível, comprarei uma oficial, modelo 1954.
Que lindo!
Isso me fez lembrar minhas primeiras camisetas coloradas...A primeira não me lembro do modelo,mas sei que foi meu avô quem me deu.A segunda tenho guardada até hoje,presente da minha avó....Os dois já partiram,mas os momentos que passei com eles,pelo Inter,são eternos!
Beijo,flor
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