Quais são as coisas, as cores, para te convencer

A frase do título deste post é de uma música bem antiga. Eu usei porque ela é totalmente conveniente com o tema que desejo abordar. E vou desenvolve-lo com impressões que colhi aqui e ali, lendo amigos colorados que postam em vários blogs, em frases de outros no facebook e em notícias esportivas.

Vamos falar das cores que escolhemos:  Um jogador de futebol é contratado para fazer a alegria de milhões de torcedores, e quando consegue ele passa de simples contratação a ídolo. Nada mais terrível que um jogador que vestiu o vermelho ousar vestir azul. A menos que este jogador seja completamente odiado pela torcida, ou não tenha chegado a deixar marcas profundas em muita gente. E isto não é privilégio do Sul. É assim em qualquer lugar do mundo. A rivalidade nos faz entender apenas a paixão que sentimos. A razão não é muito bem vista por um ser apaixonado.

Mas é justo? Vejamos: Eu  trabalho em uma empresa. Na minha cabeça, sou um bom funcionário. Não me atraso, cumpro minhas obrigações, todos me amam. Mas tem gente melhor e um dia, num acaso destes do destino, a firma rival me oferece uma chance . Penso que onde estou, serei sempre um a mais, mas na empresa vizinha posso até me tornar diretor,  posso ser "o cara". E aí?  Milhares vão me dizer que não dá para comparar. E estarão cobertos de razão. Não dá mesmo. Torcedor é passional. Trabalhador é racional.

Assim como comparar o que ganha um jogador em relação a outras profissões, é completamente impossível. Um jogador vende camisas, dá lucro para empresas, é responsável pelo ibope da TV. Um jogador num time, gera muito dinheiro. Muito mais do que ganha.

Um time de futebol e seu técnico, em qualquer lugar do mundo, são seres de um nível que só se compara a lutadores famosos, corredores de fórmula um, futebol americano, basquete(nos EUA), volei...e assim por diante. Isso se chama o entretenimento aliado a sede do ser humano de ganhar. E ganhar sempre. E os responsáveis por este ganho absurdo dos jogadores e técnicos e times esportivos, somos nós, os torcedores. Somos o início da cadeia alimentar. Começamos o ciclo, que só acaba lá adiante, nas grandes empresas e nas emissoras de TV. E acaba para recomeçar toda temporada, cada vez mais forte.

Quais são as coisas que escolhemos? Escreveu hoje com muita propriedade  uma amiga no facebook, a Deisi Vendrame: " Ídolo são poucos, mercenários ( eles afirmam que é profissionalismo)são muitos, apaixonados somos nós torcedores! Essa é minha sincera opinião!"

Esta é, Colorados, a mais pura verdade. Nossos ídolos podem nos amar enquanto ouvem seus nomes no estádio, podem se comover com nossa dedicação. Mas antes de serem ídolos, são profissionais, ou mercenários.Escolham a palavra que mais lhes aprouver.

Isto é fato. Contra fatos, não há argumentos.

E a vida segue. O tempo passa. Ídolos vão, outros vem. Amamos com a mesma intensidade os que chegam, e dedicamos uma lembrança carinhosa aos que se vão, se deixarem sua marca em nossa vida.

Só uma coisa não muda, Colorados: O time pelo qual torcemos. Este será sempre o mesmo.

No nosso caso, sabemos bem, "não existe razão nas coisas feitas pelo coração". Era um  artista das palavras, este Renato Russo.

Meus agradecimentos aos artistas da bola.

Saudações Coloradas.