domingo, 17 de janeiro de 2010

Pontapé inicial para o fim da gestão amadora

Uma revolução está para acontecer no Inter. Um projeto de reforma estatutária transformará o comando do clube em empresa. O presidente do biênio 2013/2014 já vai trabalhar recebendo salário. Além dele, todo o primeiro escalão, inclusive o vice de futebol, será remunerado. O projeto deve ser concluído e enviado ao Conselho Deliberativo até 2011.(...)

Neste estudo, está prevista a criação de uma empresa com CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para explorar a venda de produtos.(..)

ClicRBS – 15.01.2010


Ao ler a notícia fiquei orgulhosa em ver que o Inter cada vez mais se torna um exemplo de administração no futebol. Uma mudança que tinha começado há algum tempo agora, de fato, acontecerá. O fim do amadorismo na administração do futebol.

Como instituição, o modelo que os times brasileiros seguem de gestão é o da paixão e com isso a pessoa que dirige o clube pode, ou não, ser competente. Tudo depende. A questão chave está na confusão entre razão e emoção para a tomada das decisões.

O esporte morre sem a paixão. Mas paixão fica para a torcida e não para a gestão.

É um absurdo um executivo ter de gerir um time, lidar com inúmeras responsabilidades, orçamentos milionários, se dedicar única, e exclusivamente, à instituição e não receber nada por isso. Com a mudança que está por vir a gestão deve ser remunerada, de tempo integral e trabalhar todo o tempo para maximizar receitas e reduzir custos, tendo como objetivo a obtenção de títulos. A estrutura gerencial tem de ser semelhante à de uma empresa normal, sem nenhum traço de amadorismo. Os candidatos a esses novos cargos certamente terão de ter currículos mínimos exigidos, terão que ser profissionais.

Mas foi exatamente nesse ponto que surgiram as minhas dúvidas

  • As eleições acabarão?
  • Quem são as pessoas que irão definir os escolhidos?
  • E se ele não atingir os resultados, haverá meios de derrubá-lo, como acontece nas empresas?

Essa será uma importante mudança na história do Sport Club Internacional, e certamente inúmeras reuniões entre dirigentes, conselheiros, e outras tantas pessoas deverão ser feitas para elaborar um projeto sem falhas.

Está dada a largada para uma nova era na nossa tão importante história.

4 comentários:

Lúcia Bastos disse...

Jessica,
Ótima questão para debate!!!

Entretanto, esses prazos fornecidos pela reportagem citada, penso serem impossiveis de cumprir...

Pela nova legislação civil, só assembleia geral de sócios pode alterar o estatuto.

Iza Colorada disse...

Tenho receio de este tipo de gestão
causar danos ao nosso INTER!
Concordo que um gestor tem que ser remunerado mas já aconteceu este modelo de gestão em outro clube e não deu certo!
Ainda bem que a nova legislacão os sócios vão poder opinar para que se mude ou não, temos que ter muitocuidado!
Mas bem lembrado por vc este tema,
Parabéns!

Alexandre R. disse...

A lucia tem razao. PAra mim isso foi uma jogada do Pedro Afatato para aparecer na midia. Sem contar que a parte que li 'clube empresa' eu nao gostei nadinha.
Clube empresa? E a entidade sem fins lucrativos? Vamos deixar de ser um clube de todos para ser uma empresa de alguns? Profissionalismo a niveis operacionais eu concordo, em nivel estrategico NUNCA.

Jéssica Domenicis disse...

O clube em si não se tornaria uma empresa, pois dessa maneira perderia incentivos fiscais.

Uma empresa seria criada, uma espécie de laranja, que prestaria serviços à entidade.

Se essa mudança for feita de forma correta, com calma e sempre visando os interesses do Inter teremos tudo para crescer ainda mais.

A profissionalização da gestão é necessária. Os orçamentos são milionários e o presidente eleito pode ou não ser competente. Imaginem um Eurico Miranda da vida! Tem que ter paixão pelo clube sim, mas o mínimo de experiência em gestão. E com isso o presidente "contratado" será cobrado por seus resultados.

A minha única dúvida mesmo fica na questão de como serão feitas as escolhas para esse cargo.