Esta que vos escreve está atônita, no meio de um paradoxo sentimental um tanto retardado, digamos assim.
Precisávamos de uma vitória para garantir o avanço na competição mais cobiçada das Américas. Ganhamos, e convencemos, na partida que está sendo considerada, até agora, a melhor do time colorado na temporada.
O Deportivo Quito dependia de pelo menos um empate para garantir sua classificação e prometia dificultar a vida da equipe do Inter, que vinha de uma série de atuações questionadíssimas pelos torcedores e pela imprensa. Caso o time colorado empatasse o embate dependeria de resultados paralelos para garantir uma vaguinha na próxima fase.
O jogo foi repleto emoção, e incertezas, do início ao fim, mas a única dúvida do time colorado, no final, foi com relação ao próximo adversário, na fase de mata-mata. Logo aos 3 minutos André, o predestinado, fez o gol que garantiu tranquilidade para o resto do jogo, score que também evitou um confronto precoce com alguma equipe brasileira. O Inter manteve o ritmo, e controle, do jogo, e não parou de buscar o resultado um só momento. A equipe estava, como há muito não víamos, organizada, os papeis bem distribuídos e executados pelos atlétas. André, D’alessandro e Kleber estavam afinados. Nei jogou muito no primeiro tempo, no segundo foi a vez de Kleber se destacar. Os únicos que realmente ficaram devendo foram Walter e Alecsandro, fizemos três gols, um deles marcado por um zagueiro, mas nenhum feito por nossos atacantes. Pode ter sido reflexo da marcação do time adversário, ou não, mas isso veremos com o tempo. O que realmente importa é que parece que dessa vez o time se encaixou, e, melhor, encontrou, talvez, sua formação ideal.
Fato interessante: durante a partida tivemos quatro cruzamentos diferentes para a segunda fase. Até o primeiro gol sair, disputaríamos as oitavas contra o Corinthians, num clima insuportável de rivalidade, e vingança, recente demais na minha opinião. Quando ganhávamos de 1x0 nosso adversário era o fraco, mas chato, Alianza Lima.
Ao balançar as redes pela segunda vez que a situação realmente complicou, enfrentaríamos o Cruzeiro, a dificuldade desse embate, em si, não era a qualidade do adversário, mas sim o clima de rivalidade de três confrontos, três clássicos, muito próximos, já que o primeiro jogo pelo campeonato nacional também seria contra a equipe mineira. Mas na última jogada, nos últimos segundos, Giuliano, que entrou no lugar do predestinado, balançou as redes pela terceira vez, evitando, assim, um enfrentamento precoce entre equipes brasileiras. Só no final do jogo que conhecemos nosso adversário: Banfield. Time argentino, e como todo Hermano, chato, e complicado.
O esquema tático é parecido com o da equipe colorada, um 4 4 2 tipicamente argentino, onde a armas principais são o contra-ataque e as bolas paradas. A análise completa vocês podem conferir no Blog Preleção.
Mas hoje o assunto é outro, é único, é especial, é tenso, é tudo.
Foto: www.internacional.com.br |
HOJE É DIA DE greNAL! O clássico de maior rivalidade futebolística do Brasil (times do eixo Rio-SP que me perdoem, mas é a mais pura verdade).
No primeiro gre-NAL do ano também tive a oportunidade de vos escrever, e fui atrás agora para lembrar o cenário da época, que vocês podem conferir aqui. A situação era diferente, mas ao mesmo tempo bastante semelhante ao o que ocorre agora. A equipe colorada vinha de uma boa atuação contra o Juventude, que muitos consideraram enganosa, e o porto alegrense ainda estava se firmando, sem uma escalação certa, o Silas não passava segurança alguma aos torcedores. O jogo, na ocasião, não teve muita técnica e ganhamos com o gol do contestado Alecsandro, garantindo a nossa, já comum, superioridade em relação ao nosso rival.
Mas o jogo de hoje acontece sob uma condição peculiar: é apenas a segunda vez, na década, que o Campeonato Gaúcho tem a dupla gre-NAL na final, a primeira foi em 2006, e todos sabemos como o ano de 2006 acabou. Para a alegria dos mais supersticiosos as coincidências, com o ano mais alegre da vida dos colorados, não param de acontecer.
Hoje, como no primeiro clássico do ano, temos um leve favoritismo para a equipe vermelha, que vem de uma importantíssima vitória. Já o co-irmão vem de mais uma péssima atuação diante de um time da série A do campeonato nacional. Mas, como é sabido de todos, gre-NAL é gre-NAL, e se o futebol é imprevisível, gre-NAL então, nem se fala.
A escalação da equipe do Inter ainda é mistério, ao que tudo indica o exterminador de gazelas, vulgo Andrés D’Alessandro, começará o jogo no banco e Juan será o substituto de Kleber.
Temos todos os elementos necessários para mais um jogo emocionante, os cardíacos que se cuidem.
Saudações Coloradas.
“Cuidado ó, grêmio, nós vamos derrubar o chiqueiro!”
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